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fauvismo

No início do século XX, no ano de 1901, surgiu na França uma nova tendência artística, conquistando a denominação como movimento artístico somente em 1905. Diferente das vanguardas que habitarão o cenário europeu posteriormente, os fauves, como eram conhecidos, não possuíam teorias e manifestos definidos, mas radicalizaram nas amplas possibilidades das aplicações das cores. A liberdade no manuseio de maneira aleatória de tons puros de cor, resultavam em superfícies sem profundidade e com um senso de estrutura desvinculado da reprodução direta da realidade, influenciando a arte moderna na ruptura com os claros-escuros ilusionistas característicos de seus precursores. Com pinceladas explícitas, as telas eram iluminadas pelos vermelhos, azuis e alaranjados saturados que caracterizaram esteticamente esse período. Apesar do curto tempo de duração e a organização informal, foi um período intenso na tentativa de transgredir com os padrões impressionistas e pós-impressionistas estabelecidos anteriormente, causando um grande impacto no público e na crítica.

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O termo que denomina o movimento, foi utilizado pelo crítico Louis Vauxcelles em sua resenha sobre o Salon d’Automne, em 1905, onde destacou o contraste entre duas esculturas de mármore frente as pinturas em tons de cores exuberantes, utilizando a expressão “Donatello chez les fauves” de forma pejorativa, referindo-se as obras fauvistas como selvagens, mas a perplexidade logo se reverteu em êxito, consolidando a identidade pictórica do grupo e incentivando a continuidade das pesquisas. O apogeu do movimento foi entre 1905 e 1907, sendo considerado um acordo momentâneo entre alguns jovens artistas que acreditavam na expressão dos sentimentos através da cor, fator que acentuou o individualismo dos componentes do grupo, sendo este, composto majoritariamente por homens.

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A exaltação e a inovação que originaram o fauvismo eram opostas à sua continuidade. Com o advento do Cubismo entre 1907 e 1908, a crise do Fauvismo se instaurou. Apesar dos dois movimentos compartilharem a ideia de a obra ser uma estrutura autônoma, não representando a realidade, sendo uma realidade própria, os caminhos estéticos andaram em direções diferentes. O interesse pela arte primitiva, que poderia ser outro ponto de contato entre os movimentos, acabou sendo mais um fator de distanciamento, pois os fauves, assim como os expressionistas, viam na arte primitiva uma expressão da condição natural do ser, enquanto no cubismo, as formas são libertas de qualquer contexto.

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