cubismo
A vanguarda cubista originou-se em Paris, na França e seu início data-se no ano de 1907. Considerado um grande marco para a arte ocidental, o movimento recusa a arte como imitação da natureza, afastando qualquer noção de perspectiva da realidade e efeito ilusório, se desprendendo totalmente da arte acadêmica. Defendia-se a criação acima de tudo, portanto a imitação de algo existente era contrária aos novos conceitos adotados. A nova estética, anunciada nas composições de George Braque, um expoente do movimento, levou o crítico Louis Vauxcelles a descrever uma realidade construída em “cubos”, no jornal Gil Blas, em 1908, nomeando o novo movimento a partir de então. A radicalidade plástica do movimento se apresenta em cubos, volumes e planos geométricos entrecortados que constroem e reconstroem as formas que se apresentam simultaneamente, utilizando-se de uma variedade constante de ângulos nas obras. Fundo e forma se fundem, criando uma realidade interligada, onde não existe distinção entre os planos, rejeitando a profundidade e unindo a estrutura de objetos e corpos.
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As primeiras fontes do cubismo originam-se da arte africana, em suas máscaras, fotografias e objetos. O movimento se divide em duas grandes fases. Em um primeiro momento, até 1912, é conhecido como cubismo analítico, onde é possível observar uma forte tendência da decomposição dos objetos através das formas, estudando-se as estruturas e o estilhaço dos planos, nessa fase as obras costumam ser monocromáticas. Entre 1912 e 1913, no chamado cubismo sintético, as cores ganham seu espaço e o destaque dos experimentos é a recomposição dos objetos, manuseando elementos desuniformes como recortes de jornais, revistas, pedaços de madeira, caracteres tipográficos entre outras possibilidades agregadas a superfície das telas, originando às colagens.
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Em 1914 o movimento perde força, apesar de influenciar movimentos vanguardistas posteriores como o futurismo, orfismo, construtivismo, purismo e vorticismo, além de ser considerado uma das principais origens da arte abstrata. No Brasil, o cubismo foi uma das vanguardas que influenciou os artistas do modernismo de 1922. É possível considerar, em alguns trabalhos de Tarsila do Amaral (1886-1973), sobretudo em sua fase pau-brasil, telas emblemáticas como Estrada de Ferro Central do Brasil e Carnaval em Madureira, ambas de 1924, onde uniu conceitos construtivistas, como engrenagens e máquinas ao aprendizado das formas curvilíneas.